1º Dia: Aparecida (SP) a Monteiro Lobato (SP).
89 quilômetros.
Deixei Aparecida
(SP) às 10h, após assistir à Missa das 9h. As primeiras pedaladas foram
preguiçosas e lentas. O tempo estava fechado, ameaçando chuva. Isso baixou o
meu moral. Mas para elevá-lo, parei no Restaurante Frango Assado (km 75 da Via
Dutra) e degustei saboroso pão com linguiça acompanhado de suco de laranja.
Voltei à lida no pedal.
O trânsito na Dutra
- rodovia mais movimentada do País - era tranquilo. Às 12h, veio a primeira
baixa do dia: o câmbio da
bike travou e tornou-se difícil trocar as marchas. Parei em Taubaté (SP) e fui
à bicicletaria. O mecânico, quando foi regular as marchas, constatou que havia
várias rachaduras em toda roda traseira.
Roda trocada e câmbio
regulado. Deixei Taubaté (SP) com atraso de duas horas. Às 16h, no acesso a
Caçapava (SP), Saída 127 (que corresponde ao km 127), abandonei a
Dutra, pedalei por toda extensão a Avenida Brasil e, ao final, virei à
direita, na Rua Professor Lindolfo Machado, e passei a pedalar paralelamente à
linha férrea da MRS Logística. Atravessei-a e comecei a subir a
Mantiqueira rumo a Monteiro Lobato (SP) 28 quilômetros adiante, com duas
"paredes" para subir. Impossível pedalar. Empurrei.
Às 18h 30, passei
pelo Sítio do Pica Pau Amarelo (fechado), após subir a primeira
"parede". Veio a segunda "parede". Novamente
empurrei.
Às 20h 39, Monteiro
Lobato foi avistada no fundo de um vale. Parei no Downtown local,
jantei e segui para Pousada Monteiro Lobato, afastada do centro por cinco
quilômetros.
Quando a iluminação
do perímetro urbano acabou, passei a pedalar na escuridão sob manto de
estrelas. Vaga-lumes balizaram o meu caminho. Espetáculo à parte para encerrar
o dia com chave de ouro.

VIA DUTRA (BR 116) SAÍDA PARA CAÇAPAVA (SP). Foto: Fernando Mendes.
SERRA DA MANTIQUEIRA. Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia Caçapava (SP) a Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia Caçapava (SP) a Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia Caçapava (SP) a Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Sítio do Pica Pau Amarelo. Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia Caçapava (SP) a Monteiro Lobato (SP).Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia Caçapava (SP) a Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia Caçapava (SP) a Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes. |
2º Dia: Monteiro Lobato (SP) - Santo Antônio do Pinhal (SP) Campos do Jordão (SP). 56 km.
Depois de uma excelente noite de sono e um café da manhã maravilhoso, deixei ML às 10h. Tomei 700 ml de açaí no Downtown e parti rumo a Campos do Jordão (SP).
As primeiras pedaladas foram em terreno plano, com muitas áreas de pastagens em ambos os lados da rodovia (SP-050). Existem várias chácaras e sítios e a rodovia é bastante sombreada. Pequenas subidas se intervalam com suaves descidas, até chegar o trecho de serra, com 6 quilômetros de ascensão bem civilizada.
Em uma hora subi toda serra ao som de o Fantasma da Ópera. Magnífico. Às 13h, no trevo de acesso a Campos do Jordão (SP), degustei delicioso pão com linguiça no Empório da Vovó. O café expresso estava divino. Voltei a pedalar e alcancei Santo Antônio do Pinhal (SP) às 15h. Começou a chover. Acomodei-me em um restaurante e degustei filé de truta com batatas, arroz e feijão (à parte). Último almoço do ano.
Depois, café expresso, rolezinho pela simpática localidade e encarei, em forte ângulo de subida, os 20 quilômetros finais até Campos do Jordão, pela rodovia SP-123. Atravessei o Portal da Cidade às 20h 02. Tirei fotos da ornamentação natalina e hospedei-me no Refúgio dos Peregrinos, que recebe os ciclistas que passam pela cidade a qualquer época do ano. A casa estava cheia e a conversa foi animada até que a maioria saiu para ver queima de fogos. Preferi aqui ficar e colocar a escrita em dia.
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Rodovia SP - 050 entre Monteiro Lobato e Santo Antonio do Pinhal (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 050 entre Monteiro Lobato e Santo Antonio do Pinhal (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 050 entre Monteiro Lobato e Santo Antonio do Pinhal (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 050 entre Monteiro Lobato e Santo Antonio do Pinhal (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Santo Antonio do Pinhal (SP). Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua. Foto: Fernando Mendes. |
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Campos do Jordão (SP). Mirante Vista Chinesa. Foto: Fernando Mendes.
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Portal de Campos do Jordão (SP). Foto: Fernando Mendes.
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3º Dia: Campos do Jordão (SP) a São Bento do Sapucaí (SP). 36 km.
Deixei Campos do Jordão às 10h. A cidade estava sob clima de ressaca da virada de ano; eu, não. Logo na saída, antes do Portal da Cidade, dobrei à direita e comecei a pedalar numa subida generosa, frita coxa, para começar bem o 1º dia do ano e a 1ª ladeira do ano. Foram dois quilômetros e meio de ascensão atravessando um bairro periférico.
Não demorou para a estrada inclinar para baixo. Veio uma descida de 10 quilômetros. Deitava nas curvas, me aprumava nas pequenas retas. Desci de 1.690m de altitude para 880m. Daí em diante, até chegar à pacata São Bento do Sapucaí, foram 12 quilômetros com altimetria suave e trechos rurais bem bucólicos, com animais no pasto e muito cheiro de mato.
Às 14h almocei no Restaurante Sabor da Serra, acomodei-me em excelente pousada e dormi sob o som de deliciosa chuva, que se estendeu a tarde toda. Eu não conhecia esse trecho entre Campos do Jordão (SP) e São Bento do Sapucaí (SP). Ano novo, novos caminhos.
Rodovia Municipal José Theotônio Silva, entre Campos do Jordão e
São Bento do Sapucaí (SP). Foto: Fernando Mendes.
Rodovia Municipal José Theotônio Silva, entre Campos do Jordão e
São Bento do Sapucaí (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Pedra do Baú. Foto: Fernando Mendes.
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Chegada a São Bento do Sapucaí (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja Matriz em São Bento do Sapucaí (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja Matriz em São Bento do Sapucaí (SP). Foto: Fernando Mendes.
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4º Dia: São Bento do Sapucaí (SP) a Gonçalves (MG). 13 km.
Depois de dormir por 12 horas [quase perdi o café maravilhoso da pousada], fiquei conversando com o proprietário do estabelecimento até meio-dia. Conversa que fluiu. Passaria o dia todo ali contando minhas aventuras de bike. Mas antes de deixar São Bento do Sapucaí, almocei e fui conhecer a Igreja Matriz. Linda.
Às 14h e sob forte calor, segui rumo a Gonçalves (MG). Embora a distância tenha sido pequena [apenas 20 km], fui pedalando lentamente, assim pude bebericar das belezas que a paisagem proporciona. O trajeto é plano nos primeiros 13 quilômetros.
A rodovia (MG-173) foi construída nas partes mais baixas da Mantiqueira, ou seja, ela [a rodovia] serpenteia um vale repleto de fazendas, plantações e animais no pasto. Atravessa diversas comunidades. Me lembrei da canção "Gente Humilde" de Chico, Vinícius e Garoto, na qual há um trecho que diz: "são casa simples com cadeiras na calçada e na fachada escrita em cima que é um lar". As casas estão todas floridas, mostrando que, mesmo possuindo pouco, essa gente é feliz.
Impossível ficar indiferente a tudo isso. Sempre haverá um aceno para mim de alguém que está na varanda ou recolhendo roupas num varal.
Abandonei a MG-173 e virei 90 à direita, uma placa avisa: "Gonçalves (MG) a 13 quilômetros", trecho no qual os últimos sete são em forte ângulo de subida, uma subida honesta, daquelas que o ciclista chora e a mãe não vê.
A altitude foi aumentando. Quando atingi 1.300m, atravessei o portal da cidade. Gonçalves (MG) é uma localidade bucólica rodeada pelo esplendor da Mantiqueira. Enquanto jantava deliciosa truta, caiu um aguaceiro de respeito.
Hospedei-me numa pousada maravilhosa. Um córrego flui pela parte lateral. Chuá chuá a noite toda. Apesar de curto, o trajeto foi um bálsamo para os olhos, a alma e, principalmente, para o coração.
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Rodovia MG - 173 entre São Bento do Sapucaí (SP) e Gonçalves (MG). Foto: Fernando Mendes. |
Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia MG - 173 entre São Bento do Sapucaí (SP) e Gonçalves (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Portal em Gonçalves (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Pousada em Gonçalves (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Padaria em Gonçalves (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja Nossa Senhora das Dores em Gonçalves (MG). Foto: Fernando Mendes.
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5º Dia. Gonçalves (MG) a Cambuí (MG). 30 km.
Parti de Gonçalves (MG) após delicioso almoço no Restaurante do Chiquinho. Encarei 30 quilômetros até Cambuí (MG). 100% em leito natural.
Na saída, uma subida insana mostrou-me a dureza do caminho. E como tudo que está ruim pode piorar, vencida a 1ª "parede", a chuva caiu com força. E como um pardal na chuva, segui meu destino. Pedalei por altitudes que variaram de 1.200 a 1.500m.
Após passar pelo povoado de Monjolos do Paraisópolis, zerei uma subida animal com quatro quilômetros e carregando 11 quilos de bagagem. Mas venci com fé e determinação.
A paisagem lá do alto, compensou o esforço desprendido. Parei ao final da subida e, numa visão de 360º, contemplei o esplendor da Mantiqueira. Senti-me perto do céu e mais perto de Deus. Ali, naquele ponto onde céu e terra se abraçam, agradeci pela minha saúde e por estar [mesmo que sozinho] vislumbrando esse espetáculo da natureza.
Quando a estrada inclinou para baixo, pude avistar, em meio à chuva e à neblina, Córrego do Bom Jesus (MG) e, mais à frente, Cambuí (MG), que fica às margens da Rodovia Fernão Dias (BR-381).
Estava ensopado, porém feliz por ter vencido todas as ladeiras que colocaram no caminho.
Quando cheguei à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na área central de Cambuí (MG), os sinos anunciavam a Hora do Ângelus. Eram 18 horas. Assisti à missa e, em seguida, acomodei-me no Hotel do Zé Maria. Ótima estada.
O pedal de hoje foi vagaroso - como tem que ser quando passamos por uma região tão bela - mas proveitoso. Assim, lentamente, fui apreciando as maravilhas das Terras Altas da Mantiqueira.
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Estrada Municipal que liga Gonçalves (MG) a Cambuí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Estrada Municipal que liga Gonçalves (MG) a Cambuí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Estrada Municipal que liga Gonçalves (MG) a Cambuí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Estrada Municipal que liga Gonçalves (MG) a Cambuí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Estrada Municipal que liga Gonçalves (MG) a Cambuí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Foto: Fernando Mendes.
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Igreja Matriz N. Srª do Carmo. Cambuí (MG). Foto: Fernando Mendes. |
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Igreja Matriz N. Srª do Carmo. Cambuí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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6º Dia: Cambuí (MG) a Monte Verde (MG),
distrito de Camanducaia (MG), localizado no "teto da Mantiqueira". 55 km.
Saí às 10h sob sol forte e nenhuma ameaça [à primeira vista] de chuva. Os primeiros 19 quilômetros pela Rodovia Fernão Dias (BR-381) foram fáceis, apesar de encarar, logo no começo, uma subida de três quilômetros. Ela [a subida] deu o tom do que seria o dia. Ao meio-dia, no município de Camanducaia (MG), abandonei a Fernão Dias (BR-381), na saída 917, e tomei o rumo de Monte Verde (MG). Mas antes, parada para almoço.
Num restaurante na área central, almocei muito bem e parti para os 30 quilômetros finais, com 100% em ascensão. O GPS marcava 994m; Monte Verde (MG) fica a 1.600m. Foram 606m de ascensão em 30 quilômetros. E sobe, sobe e sobe mais um pouquinho. Ao longo do trajeto, existem muitos estabelecimentos vendendo queijos, licores, cachaças e muitas outras iguarias, incluindo café expresso. Comecei a subir às 13h 30. Às 17h, alcancei a maior altitude do
caminho: 1.607m, a maior que atingi pedalando minha bike.
Cheguei a Monte
Verde (MG) às 17h 40 e, no Portal da cidade, encontrei com a Bruna e o Rodrigo,
casal que, igualmente a mim, fazia uma viagem pelas Terras Altas da
Mantiqueira. No entanto, eles seguiam na direção contrária à minha. Conversamos
um pouco, nos despedimos e saí em busca de hospedagem. O vento estava gelado.
Precisava me abrigar.
Depois do banho jantei muito bem. Precisei vestir blusa de mangas compridas e casaco corta vento. 13ºC a temperatura às 20h. O propalado aquecimento global não chegou por aqui, mesmo estando no verão que, dizem os expertos no assunto, será o mais quente desde Adão e Eva. A ver.
O ponto alto do dia foi quando parei em meio às subidas insanas, encostei a bike numa placa e contemplei a beleza do lugar. Relembrei todo caminho até ali e muitas outras viagens que fiz pedalando minha bike. Deixei fluir as coisas que a mente vai longe buscar.
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Churrascaria Cometa no km 912 da BR - 381 (Fernão Dias). Camanducaia (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 381 (Fernão Dias). Acesso a Camanducaia. km 919. Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia MG - 886 entre Camanducaia (MG) e Monte Verde (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia MG - 886 entre Camanducaia (MG) e Monte Verde (MG). Foto: Fernando Mendes. |
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Rodovia MG - 886 entre Camanducaia (MG) e Monte Verde (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia MG - 886 chegada a Monte Verde (MG). Foto: Fernando Mendes.
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7º Dia. Trecho: Monte Verde (MG) a Joanópolis (SP). 40 km.
O dia começou, para mim, às 9h 40, quando acordei e quase perdi o café [majestoso] da Pousada Bem Te Vi, em Monte Verde (MG).
Saí às 11h e rumei para Joanópolis (SP) -a terra do Lobisomem - por estrada de terra (ou leito natural), muito sombreada pelos eucaliptos, araucárias, bambuzais e algumas formações nativas da Mata Atlântica. O silêncio era quebrado pelo chuá-chuá dos inúmeros cursos d´água, que correm paralelos ao caminho e pela
sinfonia da passarada.
Estrada deserta, sem apoio nenhum e cercada pelas belezas dessas terras altas. Quando a água acabou, entrei num sítio, fui recepcionado por uns 39 cães e pelo casal de velhinhos, donos da propriedade. Essa visita rendeu, pelo menos, meia hora de conversa. Ficaram admirados com a minha viagem e foram muito receptivos à visita inesperada. Minhas garrafas foram abastecidas e segui meu destino, não sem antes agradecê-los pela acolhida.
O trajeto de hoje, diferentemente de ontem, foi quase todo em descida. Às 14h 15, parei num bar na tentativa de almoçar. Não rolou. Fiquei nas batatas fritas e esperei chegar a Joanópolis (SP) para matar minha fome.
Uma hora depois, estava em um restaurante na cidade batendo um PF de qualidade. Às 16h, fui à praça central encontrar o casal amigo Olinto e Rafaela. Convidaram-me para pernoitar na casa do irmão do Olinto. Conversa fluiu até tarde, regada à cerveja e deliciosa pizza.
Olinto é autor dos Guias da Estrada Real, Caminho da Fé, Terras Altas da Mantiqueira, Cordilheira dos Andes (Chile, Bolívia, Peru e Argentina), no Guidão da Liberdade, onde narra sua volta ao mundo pedalando e outras publicações, que podem ser acessadas a partir do sítio: www.olinto.com.br.
Numa das nossas inúmeras trocas de emails, ele me disse que estaria em Joanópolis (SP) no começo de janeiro 2016. Foi muito bom encontrá-lo. Ficaria horas conversando sobre nossas viagens de bike.
Ele foi mais longe do que eu: entre 1993 e 1996, deu a volta ao mundo pedalando. Escreveu um livro, "No Guidão da Liberdade" e hoje se especializou em palestras sobre cicloturismo, além de ser autor de diversos guias para ciclistas e caminhantes.
E assim, como desde o primeiro dia desta viagem, tenho escutado os sons e a vozes do caminho e vendo as maravilhas que estão ao meu redor. Acredito que sejam presentes para pessoas, como eu, dispostas a se entregar sem medo aos desafios dos caminhos e da vida.
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Ligação Monte Verde (MG) a Joanópolis (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Ligação Monte Verde (MG) a Joanópolis (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Ligação Monte Verde (MG) a Joanópolis (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Ligação Monte Verde (MG) a Joanópolis (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja Matriz em Joanópolis (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja Matriz em Joanópolis (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Chegada a Joanópolis (SP). Encontro com os amigos Olinto e Rafaela.  |
Portal de saída em São Francisco Xavier (SP). Foto: Fernando Mendes.
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10º Dia. Trecho: Monteiro Lobato (SP) a Aparecida (SP). 126 km.
Deixei a pacata Monteiro Lobato às 11h, após bater uma tigela de açaí. Os primeiros 25 quilômetros até São José dos Campos (SP) foram maravilhosos. Descidas intermináveis - rodovia SP-50 - repleta de curvas e bem sombreada .
Mas a alegria terminou quando ingressei no Vale do Paraíba. Depois de 10 dias pedalando pelas Terras Altas da Mantiqueira, com temperaturas agradabilíssimas, atravessar a selva de Pedra de São José dos Campos (SP), foi tarefa árdua. Um calor senegalês (36º C) e trânsito frenético. Gastei uma hora e meia até alcançar a Via Dutra.
Parei para almoçar e segui [pela Dutra] mais 70 quilômetros até Aparecida (SP). Trânsito pesado e um calor sufocante. Mas como tudo que está ruim pode piorar, em Taubaté (SP), pneu traseiro furou. No único lance de sorte do dia, o ocorrido se deu próximo a uma borracharia. Tudo resolvido, segui meu rumo.
Eram 17h e não foi preciso muito esforço para concluir que não chegaria ao meu destino com a luz natural.
Às 19h, o trânsito na Dutra parou. Para mim não foi problema. O acostamento estava livre. Um congestionamento de sete quilômetros devido a um acidente envolvendo um caminhão carregado de tintas que se incendiou.
Cheguei a Aparecida [que nunca foi do Norte] às 21h. Jantei, banhei e fui dormir o sono dos justos. Foram 126 quilômetros sob forte calor.
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Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja N. Srª do Bonsucesso em Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja N. Srª do Bonsucesso em Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja N. Srª do Bonsucesso em Monteiro Lobato (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Foto: Fernando Mendes.
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A Serra da Mantiqueira vista da Via Dutra. Foto: Fernando Mendes.
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Via Dutra. Foto: Fernando Mendes.
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Via Dutra. Foto: Fernando Mendes.
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11º dia. Passei o dia em Aparecida.
A cidade estava lotada. Mais parecia dia da Padroeira. Enquanto a bike passava por revisão, fui passear de teleférico, que liga o Santuário ao Morro da Cruz. Também visitei o Porto de Itaguassú, local no qual, em 1717, a imagem de N. Srª Aparecida foi retirada do Rio Paraíba por um grupo de pescadores. Almocei e dormi bem à tarde. Assisti belíssima missa às 18h, na hora do Angelus, e voltei para o hotel.
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Santuário Nacional de Aparecida (SP). Estilo Neorromânico, que se baseia na reinterpretação do estilo românico, vigente entre os séculos XI e XIII durante a Idade Média europeia. Foto: Fernando Mendes.
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Santuário Nacional de Aparecida (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Santuário Nacional de Aparecida (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Fachada da Basílica velha. Foto: Fernando Mendes.
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Basílica velha. Foto: Fernando Mendes.
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Porto de Itaguassu, local no qual a imagem de N. Srª Aparecida foi encontrada por pescadores em 1717. Em Tupi-Guarani a palavra Itaguaçu significa "Pedra da Água Grande". Foto: Fernando Mendes.
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Porto de Itaguassu no Rio Paraíba do Sul. Foto: Fernando Mendes.
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12° dia. Aparecida (SP) a Piquete (SP). 34 km.
Saí ao meio dia. Ingressei na Dutra sentido Rio de Janeiro (Pista Norte), pedalando forte, paralelamente à Mantiqueira, vista ao fundo, no meu través oeste.
Almocei no Graal Clube dos 500 e voltei à lida para cumprir os quilômetros que restavam até a saída 51 (que coincide com o km 51).
Acessei a BR-459, que me levou às Terras Altas da Mantiqueira [outra vez], mas, desta feita, pedalando pela vertente norte, em terras mineiras.
Os primeiros quilômetros pela BR 459 foram percorridos em uma reta a perder de vista. Passei por Lorena (SP) e segui na proa de Piquete (SP), cidade na qual a rodovia inclina fortemente para cima. Parei para pernoite.
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Via Dutra km 51. Acesso a Piquete (SP) e Itajubá (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Via Dutra km 51. Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459. Acesso às Terras Altas da Mantiqueira em Itajubá (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459. Acesso às Terras Altas da Mantiqueira em Itajubá (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Chegada a Piquete (SP). Foto: Fernando Mendes.
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13° Dia. Piquete SP a Itajubá MG. 58 km.
Chuva para o dia todo. Deixei a pacata Piquete (SP) (644 m) às 11h. Voltei à BR-459 para subir 19 quilômetros [sem trégua] até a divisa SP/MG. Encarei uma ascensão de 781 m em 19 km. Nada mal.
A rodovia serpenteiam a Mantiqueira. Algumas curvas têm 180° e, quanto mais subia, mais chovia e mais bela ficava a paisagem, apesar da névoa que se formava por conta de tanta umidade. Foi o trecho mais belo pelo qual pedalei desde o início da viagem, em 30/12/15.
Quando cheguei à divisa SP/MG, o GPS marcava 1.425 m de altitude. Parei num restaurante para almoçar. Na hora de partir, troquei a blusa ensopada por outra seca, com mangas compridas e vesti agasalho impermeável, o corta vento, para encarar o restante da viagem. Ventava muito e chovia demais. O termômetro portátil marcava 16°C, mas a sensação térmica devia beirar 12°C.
Daquele ponto em diante, depois de atingir 1.425 m de altitude, a rodovia BR 459 tem descenso de 30 quilômetros até a entrada para Itajubá (MG). Eram 17h. O casaco me aqueceu muito bem. Sentia-me um pardal [feliz] na chuva.
Itajubá (pedra amarela em tupi) .
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes. |
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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BR - 459, subida da Serra da Mantiqueira rumo a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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Chegada a Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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Itajubá (MG). Fernando Mendes.
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14° Dia. Itajubá MG a Santa Rita do Sapucaí MG. 43 km.
Foram poucos quilômetros para muita chuva. Um aguaceiro. Às 12h parti, após delicioso almoço no Restaurante Casa Grande. Não chovia [ainda].
Ingressei na BR-459 e tomei a proa de Piranguinho (MG), nove quilômetros à frente. Trecho plano e acostamento da melhor qualidade. Ao chegar à Capital Nacional do Pé de Moleque, parei num quiosque à beira da estrada para saborear a iguaria do local, acompanhado de delicioso café expresso. Foi quando desabou um dilúvio, que me acompanhou até a entrada de Santa Rita do Sapucaí (MG).
Cheguei ao Vale da Eletrônica às 16h. Fui conhecer a Igreja local. Muito bela. Enquanto fotografava o templo por fora, fui abordado pelo Washington, DJ da Rádio local (104,9). Ele pediu permissão para entrevistar-me. E assim foi feito. Falei acerca da viagem, onde começou, onde terminará e outras coisas a mais sobre viajar de bike. Foi um dia de poucas fotos em virtude de muita chuva. Uma chuva para lavar a alma. E se porventura sobraram ranços de 2015, eles se foram.
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BR - 459, entre Itajubá (MG) e Santa Rita do Sapucaí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459, entre Itajubá (MG) e Santa Rita do Sapucaí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459, entre Itajubá (MG) e Santa Rita do Sapucaí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459, entre Itajubá (MG) e Santa Rita do Sapucaí (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Santa Rita do Sapucaí (MG). Igreja Matriz de Santa Rita. Foto: Fernando Mendes. |
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Santa Rita do Sapucaí (MG). Igreja Matriz de Santa Rita. Foto: Fernando Mendes.
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15º Dia. Santa Rita do Sapucaí (MG) a Ipuiuna (MG). 70 quilômetros .
Deixei Santa Rita do Sapucaí (MG) por volta das 10h 30. Havia um mormaço maçaricando a pele.
Os primeiros 22 quilômetros até Pouso Alegre (MG) foram tranquilos. Pedalei num vale cercado pela Mantiqueira. A Rodovia [BR 459] está um tapete e o acostamento também.
Às 12h almocei em Pouso Alegre (MG), no Restaurante Fernandão, às margens da Rodovia Fernão Dias (BR-381) . No retorno à lida do pedal, a chuva me deu as boas vindas do dia. Começou em forma de garoa paulistana, mas logo engrossou e deu o tom para o resto do dia. Quando cheguei a Congonhal (MG), estava ensopado. Felizmente não sou de açúcar.
Após atravessar o perímetro urbano de Congonhal (MG), a rodovia corta um vale muito extenso, com gado pastando de ambos os lados da estrada. Muito verde e belas fazendas leiteiras. À medida que avançava, a Serra do Cervo se engrandecia à minha frente. Essa serra é um subgrupo da Mantiqueira.
Passada a Ponte sobre o Rio Cervo, a chuva engrossou. Uma placa indicou "trecho de serra nos próximos 12 quilômetros", com faixa adicional para veículos lentos [e ai eu me incluí]. Quando a subida começou, consultei o GPS de pulso. Estava na cota 853 m.
O traçado da estrada foi ficando íngrime, com curvas de 180º e aquele serpentear clássico de trechos sinuosos. Quando atingi a cota 1.266 m, parei no Mirante da Pedra. Trata-se de uma enorme pedra no meio do caminho, com escada de metal para que a vista lá do alto seja contemplada. Fiz algumas fotos e segui.
Mais subidas pela proa até atingir a cota 1.324 m. Nesse ponto, a faixa adicional acabou e veio uma descida animal de dois quilômetros até chegar ao acesso à cidade de Ipuiuna (MG), a terra da batata.
Sentia os ossos molhados. Hospedei-me num excelente Hotel Fazenda. A baixa do dia ficou por conta de duas trocas de câmaras de ar furadas, mas nada que tirasse o bom humor.
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Pouso Alegre (MG). Neste ponto, a BR - 459 (alto) intercepta a BR - 381 (Rodovia Fernão Dias). Foto: Fernando Mendes. |
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG).
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes. |
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Santa Rita do Sapucaí (MG) e Ipuiuna (MG). Foto: Fernando Mendes.
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16º Dia. Ipuiuna (MG) a Poços de Caldas (MG). 70 quilômetros..
Parti de Ipuiuna (MG) após o almoço. Eram 13h. Chovia moderadamente. Assim que engrenei nas pedaladas, a chuva veio para não me deixar sozinho.
Os primeiros 21 quilômetros foram fáceis, com trechos planos intervalados por curvas bem abertas. As formações da Mantiqueira estavam cobertas por nuvens baixas. O gado e a passarada pareciam felizes com tanta água caindo.
No 22º quilômetro veio o aviso: "aclive acentuado nos próximos seis quilômetros". Um morrinho com 200m de ascensão para quebrar a monotonia. No topo, a 1.291m, outra placa indicava declive acentuado de dois quilômetros.
Cheguei ao trevo de Caldas (MG). Parei para degustar deliciosos pastéis caseiros e fotografar os gatinhos do estabelecimento. A senhora que me serviu avisou-me: "antes de Poços de Caldas, ocê vai subir mais um morrim". Não tive outra opção, uma vez que esse "morrim" estava no meu caminho. E tome subida, justamente quando a chuva caiu com mais força e acompanhada de forte vento lateral.
Às 17h 45, o dia havia virado noite. Quanto mais subia, mais as nuvens baixas encobriam o caminho. Finalmente, às 18h 03, com 22ºC, cheguei a Poços de Caldas (MG), última cidade mineira em meu trajeto.
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BR - 459 entre Ipuiuna (MG) e Poços de Caldas (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Ipuiuna (MG) e Poços de Caldas (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Ipuiuna (MG) e Poços de Caldas (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Ipuiuna (MG) e Poços de Caldas (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Ipuiuna (MG) e Poços de Caldas (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 entre Ipuiuna (MG) e Poços de Caldas (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Foto: Fernando Mendes.
17º Dia. Poços de Caldas (MG) a Casa Branca (SP). 86 km.
Choveu a noite toda e amanheceu chovendo mais um pouco. Depois de farto café da manhã no Hotel Joia, preferi partir a ficar.
Às 11h deixei Poços de Caldas (MG) sob garoa moderada. Mas quando o perímetro urbano cedeu lugar à Rodovia BR- 267, a chuva caiu com vontade. E que chuva. Grossa e acompanhada de ventos com rajadas laterais.
Às 13h, cheguei à divisa MG/SP. Mudou o estado, mudou a qualidade [para melhor] da estrada. Rodovia SP-342, sob concessão e duplicada.
Parei para degustar delicioso almoço. Tirei a blusa ensopada, coloquei uma seca e vesti casaco corta vento. Daquele ponto em diante, começou a descida [14 km] de uma serra que me levou à cidade de Águas da Prata (SP). Não suportaria tal descida sem casaco. Fazia frio e a chuva era intensa.
Em Águas da Prata (SP), parada para degustar delicioso café expresso, comer um doce de leite e seguir. Passei por São João da Boa Vista (SP) e tomei a proa de Vargem Grande do Sul (SP).
Nesse trecho, a chuva ficou mais intensa, igual quando estamos dentro de um automóvel e o limpador não dá conta de tanta água. Às 16h, anoiteceu. E a chuva, inclemente.
Em Vargem Grande do Sul (SP) parei num posto BR. Um senhor ofereceu me levar de caminhonete até Casa Branca (SP). Agradeci e disse que "o meu objetivo era pedalar".
Às 18h 30, Casa Branca (SP) foi alcançada. Desde o início dessa jornada, em 30/12/2015, não pegava uma chuva tão intensa e tão duradoura. Choveu, sem trégua, de Poços de Caldas (MG) a Casa Branca (SP). Foram 80 quilômetros percorridos em 9 horas, com chuva ininterrupta.
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BR - 459 Poços de Caldas (MG) e a divisa MG/SP. Foto: Fernando Mendes.
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BR - 459 Poços de Caldas (MG) e a divisa MG/SP. Foto: Fernando Mendes.
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Divisa MG/SP. Foto: Fernando Mendes.
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Divisa MG/SP. Foto: Fernando Mendes.
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Foto: Fernando Mendes.
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Águas da Prata (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Águas da Prata (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Chegada a Casa Branca (SP). Foto: Fernando Mendes.
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18º Dia. Casa Branca (SP) a Santa Rosa de Viterbo (SP). 60 km.
Hoje foi um pedal seco e silencioso, com 70 quilômetros. Seco porque a chuva não deu as caras e silencioso por conta da estrada pouco movimentada e com um trecho em leito natural, o mais belo do dia. Na saída de Casa Branca (SP), optei por um caminho alternativo, para fugir da rodovia estadual muito movimentada.
A estrada é ladeada por eucaliptos que parecem atingir o céu. O tempo estava abafado, mas o sombreamento arrefeceu a temperatura. A oito quilômetros de Tambaú (SP), o asfalto cedeu lugar à terra. Passei por várias chácaras e sítios (não sei a diferença) em região na qual a passarada comanda os sons, junto com mugidos bovinos que vêm de todos os lados.
Havia muita lama no caminho, resultado das chuvas de vários dias. Foi vencido sem dificuldades. Cheguei a Tambaú (SP) às 14h. Almocei no Restaurante Tarzan e fui rever as igrejas locais. Tambaú é a terra do Padre Donizette, o Padre Cícero local. É também um lugar com muitas olarias. O tempo fechou na saída de Tambaú (SP), mas felizmente ficou na ameaça.
Encarei os 35 quilômetros finais até Santa Rosa de Viterbo (SP) na SP-332, Rodovia Padre Donizetti, em total silêncio. Nenhum movimento. Estrada com asfalto novo e relevo bem suave.
A partir de Casa Branca (SP), a Mantiqueira ficou para trás. Agora, pedalo numa região de transição, que me levou ao Planalto Meridional, onde está Ribeirão Preto (SP).
Ouvi, na hora do almoço, uma canção, na voz de Sérgio Reis, que tem tudo a ver com viagens [iguais às minhas]: "se o Sol vem saindo eu já vou partindo e quando anoitece estou noutro lugar".
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Casa Branca (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Casa Branca (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores em Casa Branca (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Ligação alternativa entre Casa Branca (SP) e Tambaú (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Ligação alternativa entre Casa Branca (SP) e Tambaú (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Tambaú (SP). Santuário N. Srª Aparecida. Foto: Fernando Mendes.
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Igreja de Santo Antonio. Tambaú (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Olaria em Tambaú (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 332 na ligação Tambaú (SP) a Santa Rosa de Viterbo (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Mascote da Pousada Malim. Foto: Fernando Mendes.
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19º dia. Santa Rosa de Viterbo (SP)
a Ribeirão Preto (SP). 69 quilômetros.
Acordei às 10h 30. Dancei no café da manhã do hotel. Pulei essa parte. Arrumei as tralhas e fui à Praça Central fotografar a Matriz de Santa Rosa de Viterbo (SP). Pena estar fechada.
Antes de deixar a pacata Santa Rosa (SP), parada para almoço e, pontualmente ao meio-dia, segui viagem.
A primeira cidade pela qual passei foi São Simão (SP), 18 quilômetros à frente de Santa Rosa. Muito sol e, por extensão, muito calor. Cinco quilômetros após São Simão, a Rodovia SP 253 dá acesso à Via Anhanguera, SP-330. Eram 14h 30.
Parei num posto lotado de ônibus piratas. Perguntei a uma das passageiras: "esse ônibus vai aonde"? "Juazeiro do Norte (CE), moço". "Agente cheguemos (sic) lá na terça-feira". Que coragem. Encarar uma viagem de três dias num ônibus sem a menor condição. Talvez para economizar R$ 50,00 em relação aos ônibus não piratas.
E minha viagem seguiu. Desse posto a Ribeirão Preto (SP), foram 30 quilômetros. Passei por Cravinhos (SP) e, pouco depois, a partir de uma forte descida, foi possível ver Ribeirão Preto (SP), lá embaixo, dentro de um buraco.
Isso explica o porquê de a cidade ser tão quente e abafada. Por esses motivos [calor e abafamento], optei por hospedagem no Hotel Bandeirantes, homônimo da Churrascaria e que fica às margens da Anhanguera [km 303]. Dessa forma, ganhei tempo [amanhã] na hora de zarpar rumo a Uberaba (MG), 180 quilômetros à frente de Ribeirão Preto (SP).
A Via Anhanguera ou Rodovia SP-330 não tem esse número [330] fruto de uma escolha aleatória. Na bússola, o rumo [ou proa] 330 indica a direção quase NORTE. Se olharmos no mapa, a SP-330 sai de SP Capital e segue, sempre na proa norte, até a divisa com Minas Gerais, na Ponte sobre o Rio Grande. Ou seja, depois que ingressei na Via Anhanguera, minha direção geral foi sempre o Norte, até alcançar minha casa. Isso significa que vi o pôr do sol [sempre] à minha esquerda e o nascer do sol, à direita. Mas o nascer do sol eu não verei porque é muito cedo e, a essa hora, ainda durmo profundamente.
Hoje foram completados 1.000 quilômetros desde o início da viagem em 30/12/15, quando deixei Aparecida pela 1ª vez para dar um rolé pelas Terras Altas da Mantiqueira.
Hoje faz uma semana que deixei Aparecida pela 2ª vez, tendo por objetivo chegar a Brasília (DF). Faltam 710 quilômetros. Chegarei lá e pedalando.
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Matriz de Santa Rosa de Viterbo, a principal igreja católica da cidade. Foto: Fernando Mendes.
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Matriz de Santa Rosa de Viterbo, a principal igreja católica da cidade. Foto: Fernando Mendes. |
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São Simão (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera. Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera. Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera. Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera. Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera. Chegada a Ribeirão Preto (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Deixei Ribeirão Preto (SP) às 8h 10 sob um céu maravilhoso e com poucas nuvens. Acordei cedo, saí cedo, pois o trecho foi puxado. Além de longo [180 km], muitas subidas, embora de pequena inclinação, mas extensas.
Com uma hora e meia de pedal, atravessei a Ponte sobre o Rio Pardo, que separa o município de Ribeirão Preto (SP) de Jardinópolis (SP).
Logo em seguida, paralela à Anhanguera (SP-330), passei pela magnífica Ponte Ferroviária da FCA (Ferrovia Centro Atlântica). Um colosso.
Às 12h atravessei o perímetro urbano de Orlândia (SP) e às 13h parei em São Joaquim da Barra (SP) para almoçar. A partir de SJB, o bicho pegou. O calor era intenso e o consumo de água idem. E tome protetor solar.
Por volta das 16h, não suportando tanta quentura, parei num posto e tomei banho, com roupa mesmo. Com as vestimentas ensopadas, o corpo agradeceu.
Às 18h 01, cheguei à Ponte sobre o Rio Grande, que separa SP de MG. Nos arredores caia uma chuva isolada. Depois da ponte, veio o trecho mais difícil do dia: os 30 quilômetros finais até Uberaba (MG), em subidas que se assemelham aos degraus de uma escada. Foi a prova de fogo do dia.
Às 20h 10, avistei o letreiro inconfundível da Rede Graal, km 174 da BR-050.
Cheguei a Uberaba (MG) com a última claridade natural vista no oeste. Parecia esperar a minha chegada. Foi um dia e tanto. Brasília (DF) a 530 quilômetros.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera, trecho entre Ribeirão Preto (SP)
e Uberaba (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera, trecho entre Ribeirão Preto (SP) e Uberaba (MG). Ponte Ferroviária em Jardinópolis (SP). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera, trecho entre Ribeirão Preto (SP) e Uberaba (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera, trecho entre Ribeirão Preto (SP) e Uberaba (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera, trecho entre Ribeirão Preto (SP) e Uberaba (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia SP - 330 Via Anhanguera, trecho entre Ribeirão Preto (SP) e Uberaba (MG). Divisa SP/MG. Foto: Fernando Mendes.
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Rio Grande. Divisa SP/MG. Foto: Fernando Mendes.
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21º Dia. Uberaba (MG) a Uberlândia (MG). 105 km.
Diferentemente daqueles que dizem ser o Triângulo Mineiro formado por Uberaba (MG), Uberlândia (MG) e Araguari (MG) - associando triângulo com o número 3 - na verdade, o Triângulo Mineiro é formado por 35 municípios, muitos dos quais morreremos sem conhecê-los, tais como: Veríssimo, Araporã, Carneirinho, Honorópolis, Conceição das Alagoas, Iturama, Conquista, Ituiutaba, Monte Alegre de Minas, Canápolis (esses dois são grandes produtores de abacaxi), Frutal, Prata e por ai vai. Eu e minha bike conhecemos todos.
No trecho de hoje, percorrido entre 2 dos 35 municípios de Triângulo Mineiro [de Uberaba a Uberlândia, com 105 quilômetros], a viagem foi feita em área muito deserta, com poucos pontos de apoio e muitas plantações de soja, milho e gado nos pastos. Existem diversas veredas, que embelezam o trajeto.
Acordei às 10h. Chovia a cântaros. Logo, teria um dia bastante molhado. Mas quando deixei Uberaba (MG), às 12h, a chuva passou e um mormaço começou a maçaricar a pele. E tome protetor.
O trecho assemelha-se a uma montanha russa: subidas fortes e descidas acentuadas. Raros são as partes planas.
Às 13h 30, parada para almoço. As nuvens foram se dispersando e o mormaço cedeu lugar a um sol saariano. Quando voltei à estrada, o calor era digno de uma sauna. Meia hora depois, o tempo fechou e caiu uma chuva rápida, que fez a quentura do asfalto subir e aumentar a sensação de abafamento.
E assim foi até a minha chegada a Uberlândia (MG), às 18h. Enquanto o sol escorria para o horizonte, à minha esquerda (oeste), a Lua Crescente se mostrava entre nuvens, à minha direita (leste).
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Rodovia BR - 050, trecho entre Uberaba (MG) e Uberlândia (MG). Foto: Fernando Mendes. |
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Rodovia BR - 050, trecho entre Uberaba (MG) e Uberlândia (MG).
Foto: Fernando Mendes.
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Rodovia BR - 050, trecho entre Uberaba (MG) e Uberlândia (MG). Foto: Fernando Mendes.
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Posto Décio em Uberlândia (MG). Foto: Fernando Mendes.
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22º dia. Trecho: Uberlândia (MG) a Catalão (GO). 109 quilômetros. |
Deixei a segunda maior cidade de MG [Uberlândia 650 mil habitantes] às 10h 30. Atravessar o perímetro urbano foi tenso. Muito movimento, pouco espaço para a bike. Mas quando tomei o rumo de Araguari (MG), tudo ficou mais fácil.
Uma descida de 10 quilômetros me levou à ponte sobre o Rio Araguari, que divide os dois municípios. Parei para algumas fotos - destaque para a Estação Ferroviária de Stevenson -, aquela que, um dia, foi a mais charmosa do Triângulo Mineiro. Segui, encarando uma subida de cinco quilômetros até o perímetro urbano de Araguari (MG). Parei para almoçar no Restaurante Paraná. R$ 13,00 o prato. Maravilha.
Quando voltei à estrada [BR-050], o calor estava no limite do suportável. Ao finalizar a descida da serra de Araguari, deixei a bike encostada no guarda mão da ponte sobre o Rio Jordão, e tomei delicioso banho.
Quase meia hora a me deliciar nas águas desse rio. Voltando à lida no pedal, encarei uma subida honesta até o trevo de acesso a Monte Carmelo (MG), a terra da cerâmica.
Dali até à divisa MG/GO, um sobe e desce frenético. Às 16h, atingi a divisa MG/GO, parei no Restaurante do Baixinho para repor a água e pedalei os 34 quilômetros finais até Catalão (GO), com longas subidas.
Às 18h 12, cheguei ao Posto JK e "matei" 500 ml de açaí, o meu combustível em trechos difíceis como o de hoje: 109 quilômetros em 7 horas e meia. Deu para o gasto.
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Rodovia BR - 050, trecho entre Uberlândia (MG) e Catalão (GO). Foto: Fernando Mendes.
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Rio Araguari. Foto: Fernando Mendes.
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Estação ferroviária de Stevenson, monumento turístico localizado às margens da BR- 050, entre Uberlândia (MG) e Araguari (MG). Data de construção do prédio: 1927. Foto: Fernando Mendes.
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Estação ferroviária de Stevenson, monumento turístico localizado às margens da BR- 050, entre Uberlândia (MG) e Araguari (MG). Foto: Fernando Mendes.
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A Árvore Solitária. Araguari (MG). Foto: Fernando Mendes.
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BR - 050 entre Araguari (MG) e a Divisa MG/GO. Foto: Fernando Mendes.
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Divisa MG/GO. Foto: Fernando Mendes.
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Ponte sobre o Rio Paranaíba. Divisa MG/GO. BR-050. Foto: Fernando Mendes.
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BR - 050 entre a Divisa MG/GO e Catalão (GO). Foto: Fernando Mendes.
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23° dia. Catalão (GO) ao Hotel Sonho Verde.
150 quilômetros.
Após deixar Catalão (GO), as subidas me deram boas vindas e até o Posto Eldorado - 20 quilômetros à frente - subi mais do que desci. Almocei no Eldorado. Cinco quilômetros adiante, atravessei a pequena Pires Belo (GO) e pedalei sem parar até o Posto Paulistano. Daí diante, a Estrada atravessa um trecho plano, com 35 quilômetros de extensão. A média horária, muito baixa por conta das subidas desde a saída de Catalão (GO), subiu bastante, dando ritmo mais veloz à viagem.
Por volta das 18h 30, quando passava pelo Posto Ponte Alta, nuvens de chuva por todos os lados. Pedalei os 20 quilômetros finais com elas no meu encalce. Foi chegar ao Hotel Sonho Verde e o aguaceiro caiu. Brasília (DF) a 166 quilômetros.
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Pires Belos (GO). Foto: Fernando Mendes.
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BR-050 entre Catalão (GO) e Campo Alegre de Goiás (GO). Foto: Fernando Mendes.
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BR-050 entre Catalão (GO) e Campo Alegre de Goiás (GO). Foto: Fernando Mendes. |
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Ao fundo, o lago da Usina Hidrelétrica de Serra do Facão. Foto: Fernando Mendes. |
Foto: Fernando Mendes.
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Ao fundo, o lago da Usina Hidrelétrica de Serra do Facão. Rio São Marcos. Foto: Fernando Mendes. |
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BR - 050, km 149. Ponte Alta. Foto: Fernando Mendes. |
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Mascote do Hotel Sonho Verde. Foto: Fernando Mendes.
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24° [e último] dia. Hotel Sonho Verde a Brasília (DF). 166 quilômetros.
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BR-040 chegada a Cristalina (GO). Foto: Fernando Mendes.
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Deixei o Hotel Sonho Verde, localizado no km 128 da BR-050, às 9h 20. Cheiro de chuva no ar. O dia prometia. Até Cristalina (GO), foram 32 quilômetros em subidas leves [e longas], que se intervalaram com trechos planos.
Cheguei à cidade dos cristais às 11h 20. Parei no Posto Lamar para almoçar. E a chuva começou. Inicialmente fraca e logo engrossou. De nada adiantaria ficar parado esperando melhoras no tempo. As nuvens cor de chumbo e muito baixas não deixaram dúvidas: teria tempo ruim pela frente. Vesti casaco impermeável e segui na proa de Brasília (DF).
Passei pelo Posto JK, no meu través leste, ponto no qual se situa a maior altitude do dia: 1.250m. A partir daquele ponto, a estrada [BR-040] inclina levemente para baixo e assim se mantém pelos 28 quilômetros seguintes.
Passei pela última praça de pedágio e pedalei forte, aproveitando o traçado em declive até a Ponte sobre o Rio Furnas. Fiz esse trecho em uma hora. E a chuva castigando.
Parei na Pamonharia Acantus, degustei delicioso pão com linguiça. Após, pé na estrada. Logo à frente atravessei o Rio São Bartolomeu que, naquele ponto, marca a divisa dos municípios de Cristalina (GO) e Luziânia (GO). E tome chuva. Veio um trecho duplicado da BR-040, que ainda não foi liberado ao tráfego. Reinei absoluto por uns 15 quilômetros.
Quando veio a serra chamada Mané Preto, uma borda de chapada com quatro quilômetros de ascensão, a água descia com força pela calha lateral da estrada.
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BR-040 entre Cristalina (GO) e Luziânia (GO). Foto: Fernando Mendes.
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BR-040 entre Cristalina (GO) e Luziânia (GO). Foto: Fernando Mendes.
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BR-040 entre Cristalina (GO) e Luziânia (GO). Foto: Fernando Mendes.
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BR-040 entre Cristalina (GO) e Luziânia (GO). Foto: Fernando Mendes.
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Cheguei a Luziânia (GO) por volta das 16h. E veio a parte mais perigosa do dia: atravessar os municípios [goianos] do Entorno do Distrito Federal, com trânsito frenético, pedestres desatentos caminhando pelo acostamento e muita, muita chuva. Às 18h passei pela divisa GO/DF. Daquele ponto à minha casa, foram exatos 38 quilômetros.
E a chuva castigando. Quando entrei no Eixão Sul,
mais parecia que a cidade estava sob dilúvio bíblico. Tesourinhas alagadas,
carros enguiçados e passagens de pedestres submersas. Apesar do caos, cheguei
bem à porta da garagem do meu prédio pouco antes das 20h. Sentia os ossos
molhados. Mas cheguei bem.
Obrigado a todos que acompanharam, comentaram e
deram força. Ao todo foram 1.705 quilômetros percorridos e 23 mil metros de
ascensão. Ou seja, subi, em 24 dias de pedal, quase três Himalaias. Nada mal.
Não foi possível tirar mais fotos por conta das chuvas.
Brasília (DF), 31/01/2016.
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